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Relatório Revela: Big Techs Adquirem 166 Empresas em Segredo, Driblando Regulação

Um levantamento abrangente revelou que as gigantes da tecnologia – Amazon, Alphabet (Google), Apple, Meta e Microsoft – adquiriram secretamente um total de 166 empresas, utilizando táticas para evitar a avaliação de órgãos concorrenciais e expandir sua dominância em áreas estratégicas como inteligência artificial, robótica e computação na nuvem.

Apenas sete dessas negociações foram avaliadas por reguladores europeus, contrastando com as tentativas da FTC (EUA) de bloquear aquisições da Microsoft (Activision Blizzard) e Meta (Within). Surpreendentemente, a União Europeia (27) e o Reino Unido (19) foram os alvos mais frequentes, depois das próprias empresas americanas (111). O relatório da Somo expôs que uma startup brasileira, a Auti Books, foi discretamente adquirida pela Amazon, um fato que passou despercebido no Brasil.

Táticas de Ocultação das Big Techs:

A Somo aponta que o grande número de transações não noticiadas se deve a estratégias como a contratação de funcionários-chave (CEOs e cientistas-chefes) e o licenciamento de toda a propriedade intelectual da empresa adquirida, efetivamente desmantelando a concorrente sem uma aquisição formal. O caso da Character.AI, onde o Google contratou engenheiros cruciais, ilustra essa tática.

O Caso da Brasileira Auti Books e a Amazon:

Em 2021, a Amazon adquiriu todas as licenças de livros da carioca Auti Books, uma joint venture de grandes editoras brasileiras. Essa manobra facilitou o lançamento da plataforma de audiolivros Audible no Brasil em 2023. Os valores da operação permaneceram confidenciais a pedido da Amazon, sendo classificada pelo Cade como uma estratégia de integração vertical sem barreiras à concorrência. A Auti desativou suas atividades online pouco tempo depois da aquisição, um padrão observado em dois terços das empresas engolidas pelas big techs.

Regulação Defasada e Riscos para a Concorrência:

Especialistas como Raquel da Cruz Lima, da Artigo 19, argumentam que os instrumentos dos órgãos de concorrência estão desatualizados para lidar com a dinâmica das big techs, que atuam na troca de informações e circulação de ideias, impactando a cidadania e não apenas o consumo. A concentração de mercado gera uma dependência da sociedade e dificulta o surgimento de empresas menores, criando um ciclo vicioso onde a inovação parece depender unicamente de aquisições pelas gigantes.

O governo Lula discute um projeto de lei para fortalecer o poder do Cade, inspirado no DMA europeu, que estabelece regras de transparência e concorrência para empresas dominantes. No entanto, o relatório da Somo alerta que mesmo o DMA possui lacunas, como a potencial compra da empresa de cibersegurança Wiz pelo Google sem avaliação regulatória devido ao seu faturamento na UE.

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