Faleceu nesta sexta-feira (23) em Paris, aos 80 anos, o consagrado fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado, referência global na fotografia documental. A informação foi confirmada pelo Instituto Terra, organização fundada por ele e por sua esposa, Lélia Wanick Salgado.
Em nota, o Instituto declarou:
“Sebastião foi muito mais do que um dos maiores fotógrafos de nosso tempo. Sua lente revelou o mundo e suas contradições; sua vida, o poder da ação transformadora.”
Salgado tratava de problemas de saúde crônicos decorrentes da malária, contraída nos anos 1990. Ele estava em Paris e, mesmo debilitado, mantinha uma agenda ativa. Neste sábado, participaria de um evento em Reims, onde seriam apresentados vitrais criados por seu filho, Rodrigo.
Um legado visual e ambiental
Nascido em Aimorés (MG), em 1944, Sebastião Salgado ganhou notoriedade internacional a partir dos anos 1980 com registros impactantes de locais como a Serra Pelada, no Pará. Suas imagens em preto e branco capturavam o trabalho humano, a migração, a desigualdade social e a força da natureza.
Além da fotografia, Salgado foi um ativista ambiental incansável. Com Lélia, fundou o Instituto Terra, responsável pela recuperação de áreas devastadas no Vale do Rio Doce.
Sua obra, marcada por humanismo, sensibilidade e impacto visual, permanece como um retrato atemporal da condição humana e da necessidade urgente de restaurar o planeta.