O mundo da dublagem brasileira se despede de uma de suas maiores lendas. Ângela Bonatti, dona de uma voz inconfundível que marcou gerações, faleceu neste domingo, aos 80 anos. A notícia foi confirmada pela também dubladora Marisa Leal, em um post emocionado no Instagram. A causa da morte não foi revelada, mas sabia-se que Ângela havia se afastado da profissão após ser diagnosticada com Alzheimer.
Uma Carreira Brilhante e Inesquecível:
Ângela Bonatti construiu uma carreira invejável, emprestando sua voz a algumas das maiores estrelas de Hollywood. Nomes como Lynda Carter, a eterna Mulher-Maravilha, Meryl Streep e Sigourney Weaver ganharam vida em português através do talento de Ângela. Sua voz também marcou presença em animações clássicas, como a Batgirl em “As Aventuras de Batman e Robin”.
Clássicos Imortalizados:
Entre os trabalhos mais memoráveis de Ângela, destacam-se suas dublagens de Sigourney Weaver em filmes icônicos como “Alien – O Oitavo Passageiro” e “O Segredo da Cabana”. Sua voz grave e marcante se tornou sinônimo da personagem Ellen Ripley, eternizando sua atuação para os fãs brasileiros.
Do Teatro à Dublagem:
Nascida em Indaiatuba em 1939, Ângela iniciou sua carreira como atriz na TV Tupi nos anos 1960. Chegou a trabalhar na novela “O Caldeirão do Diabo” da TV Rio, além de ter uma passagem pelo teatro. Em 1959, iniciou sua trajetória na dublagem na CineCastro, dando início a uma das carreiras mais importantes da dublagem brasileira.
Direção e Legado:
Além de dubladora, Ângela Bonatti também atuou como diretora de dublagem na Herbert Richers, onde trabalhou na localização de filmes clássicos como “E o Vento Levou” e “De Volta para o Futuro”. Também passou pelas empresas Audio Corp e Blue Bird, deixando sua marca em diversas produções memoráveis.
Curiosidade:
A voz de Ângela Bonatti foi escolhida para a primeira gravação utilizada na Wikipédia brasileira, para testar o reprodutor de áudio do site. Um registro histórico que eterniza sua voz para as futuras gerações.